sábado, 20 de outubro de 2012

Asneiras

 
Ainda não aprendi a te aceitar assim.
Não, não tenho escolha. Mas ainda penso e sinto, e parece que nunca foi assim antes. Tenho tentado engolir tudo isso devagar, comendo pelas beiradas, vivendo uma colherada de cada vez. Foco.
Mas tô cheia de espinhos, igual a um cacto.
Ando querendo fingir que tudo vai mudar assim que eu abrir os olhos, tudo vai mudar porque pode ser mudado, mas não pode, é simples: Não pode mudar.
O tempo tá passando, já percebi.
Eu também sei que tenho que parar com isso de procurar alguém pra gostar, minha Gio já me falou, ela disse pra eu deixar as coisas acontecerem.
Mas porque diabos eu fico vagando por aí, querendo aceitar qualquer coisa que venha de qualquer lugar?
Eu só acho que ainda não me acostumei em te ver ir embora.
Indo, se afastando. Ocupando os teus dias sem mim, preenchendo o teu vazio de mim com trabalho, trabalho ou qualquer outra coisa.
Eu só percebo você longe, você distante, distraído, fora de si, fora de mim, revirado e escondendo mais segredos que ainda podem me mutilar.
É sério que tô tendando te tirar da manga, te tirar de mim.
Já fazem semanas que você me acertou no coração e eu sei que eu não tô ajudando muito pra curar.
Mas o que devo fazer?

Eu não tô podendo me abrir.
Ninguém sabe de verdade o que me ocorre,
como alguém pode me ajudar?
Como eu posso me ajudar se tenho medo de contar pra mim mesmo o que está acontecendo?
É engraçado porque eu sempre tô tentando
e eu já não sei nem mais o que.

Eu vou me poupar, tô precisando ser mais amiga de mim.

Um comentário:

  1. Esse texto me descreveu a alguns meses atras... sério, eu me li aí.

    E o mais interessante foi que meus olhos foram deslizando por cada palavra, sentindo e não querendo parar de deslizar. Me prendeste, de verdade. Ta dolorido, mas ta lindo. Tu sabes s2

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